sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Crítica de Ariano Suassuna sobre o forró atual

Tem rapariga aí? Se tem, levante a mão!’. A maioria, as moças, levanta a mão. Diante de uma platéia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, e todas bandas do gênero). As outras são ‘gaia’, ‘cabaré’, e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade.
Pra uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá: Calcinha no chão (Caviar com Rapadura), Zé Priquito (Duquinha), Fiel à putaria (Felipão Forró Moral), Chefe do puteiro (Aviões do forró), Mulher roleira (Saia Rodada), Mulher roleira a resposta (Forró Real), Chico Rola (Bonde do Forró), Banho de língua (Solteirões do Forró), Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal), Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada), Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca), Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró), Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró). Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas.
Porém o culpado desta ‘esculhambação’ não é culpa exatamente das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo. O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando-se. Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental. As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de ‘forró', parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde. Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado. Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo estético. Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo.
Pra uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá: Calcinha no chão (Caviar com Rapadura), Zé Priquito (Duquinha), Fiel à putaria (Felipão Forró Moral), Chefe do puteiro (Aviões do forró), Mulher roleira (Saia Rodada), Mulher roleira a resposta (Forró Real), Chico Rola (Bonde do Forró), Banho de língua (Solteirões do Forró), Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal), Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada), Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca), Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró), Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró). Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas.
Porém o culpado desta ‘esculhambação’ não é culpa exatamente das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo. O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando-se. Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental. As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de ‘forró', parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde. Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado. Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo estético. Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo.
Aqui o que se autodenomina ‘forró estilizado’ continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção. Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem ‘rapariga na platéia’, alguma coisa está fora de ordem. Quando canta uma canção (canção?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é ‘É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!’, alguma coisa está muito doente. Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.”
Ariano Suassuna.
Ariano Suassuna.
Observação:
“O secretário de cultura Ariano Suassuna foi bastante criticado, numa aula-espetáculo, no ano passado, por ter malhado uma música da Banda Calipso, que ele achava (deve continuar achando, claro) de mau gosto. Vai daí que mostraram a ele algumas letras das bandas de ‘forró', e Ariano exclamou: ‘Eita que é pior do que eu pensava’. Do que ele, e muito mais gente jamais imaginou.
Realmente, alguma coisa está muito errada com esse nosso país, quando se levanta a mão pra se vangloriar que é rapariga, cachaceiro, que gosta de puteiro, ou quando uma mulher canta ’sou sua cachorrinha’, aonde vamos parar? Como podemos querer pessoas sérias, competentes? E não pensem que uma coisa não tem a ver com a outra não, pq tem e muito! E como as mulheres querem respeito como havia antigamente? Se hoje elas pedem ‘ferro’, ‘quero logo 3', ‘lapada na rachada’? Os homens vão e atendem. Vamos passar essa mensagem adiante, as pessoas não podem continuar gritando e vibrando por serem putas e raparigueiros não. Reflitam bem sobre isso, eu sei que gosto é gosto… Mas, pensem direitinho se querem continuar gostando desse tipo de ‘forró' ou qualquer outro tipo de ruído, ou se querem ser alguém de respeito na vida!”
Raquel Xavier Quirino.
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Caririaçu: Dia de Luiz, Dia do Forró





Os admiradores de Luiz Gonzaga da cidade de Caririaçu festejaram o nascimento do Rei do Baião (13 de dezembro de 1912) em praça pública. O evento contou com a presença da Banda Cabaçal do Sítio São Paulo, os violeiros Nonato Viana e Antonio Pereira, o aboiador Aldemir Laranjeiras e os sanfoneiros Alceu Medeiros e Zé de Benona.
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
POESIA DE PEDRO RAIMUNDO - GONZAGA É HOMENAGEADO
A Deus primeiramente
Peço minha inspiração
Pra resgatar os talento
Que tem em nosso sertão
Na poesia eu confesso
Que ta fazendo sucesso
O Grupo do Gonzagão
É uma festa divertida
Com os artistas da terra
É um folclore bonito
Só tem paz e não tem guerra
Só tem paz e não tem guerra
O povo fica vibrando
E a brisa vai misturando
E a brisa vai misturando
Com o clima de nossa serra
É um grupo organizado
Uns toca e outros canta
Outros gostam de beber
Pra molhar sua garganta
É um verdadeiro shô
Ali tem tanto cantô
Que até a gente se espanta
Ali tem tanto cantô
Que até a gente se espanta
Gonzaga cantor de tudo
Cantou terra céu e mar
É este o grande motivo
De nós lhe homenagear
Eu já to aviciado
Com festa pra todo lado
Com festa pra todo lado
E vamos continuar
É um grupo bem unido
É bonita esta união
Não tem cor e nem partido
Não tem cor e nem partido
Aqui não tem distinção
Guarde isto na memória
É pra ficar na história
O Grupo do Gonzagão
É pra ficar na história
O Grupo do Gonzagão
Todo Brasil sentiu falta
Deste cantor exemplar
Mas o grupo ta na ativa
Mas o grupo ta na ativa
Para lhe homenagear
emos muitos sanfoneiros
Escolhemos Alceu Medeiros
Pra ficar em seu lugar
Foi boa a iniciativa
Que este grupo escolheu
De prestar esta homenagem
Que este grupo escolheu
De prestar esta homenagem
A quem entre nós viveu
A saudade se renova
Tudo isto é uma prova
Que o baião não morreu
A saudade se renova
Tudo isto é uma prova
Que o baião não morreu
Gonzaga onde estiver
Receba esta gratidão
Deste poeta que é fã
Da sanfona e do baião
E deste grupo animado
Deste poeta que é fã
Da sanfona e do baião
E deste grupo animado
Que tem seu nome gravado
No fundo do coração
Estes grandes animadores
Do rei nunca esquece
A lembrança de Gonzaga
A lembrança de Gonzaga
Entre eles permanece
Com os artistas renomado
Com os artistas renomado
Lembrado sempre o passado
A fama se estende e cresce
Amigos admiradores
Vamos continuar
Prestando esta homenagem
Prestando esta homenagem
A este artista popular
Não esquecer o passado
Não esquecer o passado
Que nós estamos lembrado
Fica sempre a recordar
Autor: Pedro Raimundo
10/11/2009
Palestina-Caririaçu/CE
terça-feira, 17 de novembro de 2009
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
REUNIÃO NO BOSQUE






O Garbo realizou neste domingo mais uma reunião no Bosque Lindalva Machado.
Pauta da Sessão: Movimento Cultural em comemoração ao aniversario de Luiz Gonzaga; Fundação ABC do Sertão; Construção da Sede; Prestação de Contas Setembro/09.
Em seguida os membros da associação realizaram visita às obras de construção da sede no Loteamento Nova Caririaçu.
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